🧩 CQC #41 | dezoito

🧩 CQC #41 | dezoito

inspiração da semana

Tudo começou no quintal de casa com uma corda azul esticada entre dois carvalhos.
A premissa? Tentar algo novo por 15 minutos.
Os roteiros? Inexistentes.
A produção? Caseira.
A equipe? Eu.
O objetivo? Atravessar de um lado pro outro.

Nos primeiros dias, as pernas vacilavam mais que a corda. O áudio falhou. Até a câmera parou de filmar. Quanto mais eu tentava, mais impossível aquilo se tornava.

Mas o ritual se repetiu. Todos os dias.
Não pra performar, mas pra aprender.

Eu achava que o projeto se arrastaria para além do inverno. Até pesquisei como aumentar a vida útil da bateria em temperaturas negativas pra conseguir filmar mais do que alguns minutos.

Me imaginei andando sobre a corda de calça, casaco, luvas, touca e os pés, descalços, congelando. A neve caindo, a fumaça saindo da respiração ofegante e a voz tremendo trariam ainda mais drama e poesia pro projeto.

Mas foi embaixo da chuva torrencial de uma manhã de outono, em silêncio, que algo mudou. Eu parei de focar no mundo ao meu redor e na corda balançando e comecei a olhar pro outro lado como Beatrix Kiddo olhou pro seu dedão do pé ordenando que se mexesse em Kill Bill Vol. 1.

E foi com esse olhar que segui tentando pelos próximos 4 dias. Até que no dia dezoito o objetivo foi alcançado.

O exercício físico se transformou em um espelho da criação de conteúdo: um retrato vivo do que significa se posicionar com consistência, clareza e vulnerabilidade.

E foi ali, 15 minutos por dia, entre quedas e ajustes, que o método ficou ainda mais óbvio.


princípio

O slackline virou metáfora do meu método de posicionamento porque revelou uma estrutura óbvia, mas muitas vezes invisível:

Dois pilares fortes e imóveis, uma linha condutora entre os dois e uma tensão que permite o sistema ficar de pé.

De um lado, as crenças e valores — o que é inegociável, ancora decisões e dá estabilidade. Do outro, os objetivos — o que te puxa pra frente, gera movimento e direção.

Entre eles, existe a linha editorial, um fio que conecta essência e expressão.
Sem essa linha, os pilares não se comunicam.
Sem tensão, o sistema colapsa.

É justamente o atrito entre o que você acredita e o que quer transformar que mantém a linha viva, vibrante e relevante, pra você e pra quem te ouve.

Essa é a arquitetura da estratégia de alinhamento e também do projeto dos 18 dias. Mas, para atravessar, é preciso parar de julgar e se permitir tentar e aprender.

Nem que seja por 15 minutos diários.


bastidor

Nos primeiros dias da corda, o desafio era físico: tentar ficar de pé.
Depois de algumas quedas, virou cognitivo: entender por que eu caía.
E, por volta do décimo dia, virou simbólico: perceber que o equilíbrio vem no conflito.

Cada tentativa era um microtexto, uma tese em movimento.
Cada ajuste de postura, uma edição do discurso.
Até que a cabeça entendeu o que o corpo (e o conteúdo) já diziam:
equilíbrio não é estabilidade, é ajuste constante.

E é esse alinhamento que sustenta tudo que ensino.

De um lado, a Mandala das Competências. Representa o que você é, sabe, faz e quer aprender; do outro, a Mandala das Oportunidades. Resume o que o público sente, precisa e quer resolver com sua ajuda.

Entre as duas, a linha editorial, que é a travessia diária que conecta essência, provocação e relevância.

E no meio disso tudo, a tensão do problema. O atrito que mantém o sistema vivo.

Quando tudo isso se alinha, o conteúdo deixa de ser uma série de tentativas isoladas e passa a ser um sistema de prática, capaz de gerar clareza, tração e posicionamento.

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prática

Quer testar o método sem precisar subir numa corda?

1️⃣ Defina seus dois pilares:
• de um lado, um elemento da Mandala das Competências — algo que te define (um valor, uma motivação, uma habilidade);
• do outro, escolha um ponto da Mandala das Oportunidades — uma dor, desejo ou necessidade real do seu público.
2️⃣ Encontre a tensão entre eles.
Esse é o ponto central do slackline: a tensão é o que te mantém de pé.
→ Exemplo: “Aprendo em público para provar que consistência é mais importante que confiança.”
3️⃣ Transforme a tensão em conteúdo que conecta os pilares.
Escreva, de preferência diariamente, textos que materializem essa tensão. Pense em histórias, reflexões, dados ou um aprendizado.
4️⃣ Repita o processo.
A clareza vem com a repetição.
Cada vez que você volta ao mesmo tema, sob novos ângulos, sua linha editorial—e sua autoridade—se fortalecem.


Demorou 18 dias pra atravessar a corda pela primeira vez.
Mas o aprendizado mais valioso veio depois: a corda nunca para de vibrar.

Porque posicionamento não é chegar do outro lado.
É continuar subindo nela — com método, intenção e propósito.

Até o feed,
Daniel Damico

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