provocação da semana
Você está comunicando mal uma boa solução,
ou comunicando bem algo que ninguém precisa?
Essa é uma pergunta indigesta, mas em tempos de ChatGPT, saber a resposta é mandatório. Porque é o que separa o bom posicionamento do que é só ruído.
Em 2025, produzir ficou fácil.
Escrever ficou rápido e barato.
Parecer competente virou commodity.
Tem até gente usando IA pra responder email, mensagens, DMs e, pasme, pra automatizar os comentários no LinkedIn.
O problema deixou de ser como e o que comunicar.
E passou a ser o que sustentar com alma.
dor
A IA não matou a originalidade. Ela expôs a preguiça, a falta de critério e de personalidade.
Nunca foi tão fácil gerar ideias, textos e formatos. Com os avanços dos modelos de LLM, qualquer prompt básico entrega uma infinidade de possibilidades.
Ao mesmo tempo, nunca foi tão difícil soar distinto.
Não porque a IA copia melhor e emula seu estilo de escrever.
Mas porque ela amplifica quem não decide.
Sem critério, tudo vira genérico rápido.
Mesmo quando é bem escrito.
princípio
Originalidade não é criar algo que ninguém nunca disse. É dar significado a partir de um ponto de vista humano ou de uma experiência, e repetir com intenção.
Pra fazer isso, não necessárias três escolhas que a maioria evita:
- escolher um recorte específico, não um tema amplo
- escolher quem você serve, não quem pode gostar do que você escreve
- escolher o que repetir, não o que testar
Originalidade é método, não talento.
bastidores
A maioria das pessoas que me procura hoje já usa (e paga) ferramentas de IA. ChatGPT, Notion AI, Midjourney, Claude, a lista é cada vez maior.
Essa galera raramente quer um prompt.
A dor costuma ser bem mais séria:
“eu tenho experiência, tenho repertório, tenho bagagem… mas quando escrevo sinto que soa igual a todo mundo. que falta distinção.”
Não é curioso? Quanto mais elas usam IA pra acelerar, mais sentem que estão perdendo a própria voz... sei lá. É engraçado e triste ao mesmo tempo.
O que essas pessoas precisam não é necessariamente de mais conteúdo ou de mais frameworks, mas de fazer a curadoria do próprio pensamento.
Sem critério, a IA acelera tudo — inclusive o que não deveria existir.
O resultado é conteúdo correto, competente e completamente esquecível.
prática
Se você está travado na era da IA, faça três movimentos antes de abrir mais uma aba:
1️⃣ Defina seu “território de originalidade”
Qual recorte do seu tema de escolha você sustenta por meses — e defenderia numa conversa difícil?
2️⃣ Crie um critério de corte
Tudo que você escreve precisa passar por uma pergunta simples: isso poderia ser escrito por alguém sem a minha história, usando IA?
Se sim, corta.
3️⃣ Transforme IA em amplificador, não em autor
Use IA pra:
. organizar
. expandir
. testar novos ângulos
. editar
. condensar
Nunca use IA pra decidir o que você pensa.
Ela não pode pensar por você.
Ela só entrega uma sequência de zeros em forma de texto.
E texto não é posicionamento.
Esse conteúdo valeu um café?
Se você já produz, já usa IA, já conversa, mas sente que sua mensagem não vira avanço real, que não abre novas oportunidades profissionais, estou abrindo algumas sessões estratégicas pro começo de janeiro:
Originalidade na era da IA.
O objetivo não é escrever melhor.
É escolher melhor o que escrever.
👉🏻 se te interessou, responda este e-mail com CRITÉRIO
e eu te envio formato, agenda e próximos passos.
Essa é a última edição de 2025.
E também a que marca 1 ano de Conteúdo de Conecta.
🧩 CQC #1 foi publicada pela primeira vez em 16 de dezembro de 2024, sem formato definitivo e com um só objetivo: ajudar profissionais a se posicionarem melhor na internet, com originalidade.
Como faço todo fim de ciclo, nos próximos dias abro meu journal pra fechar o ano com intenção. Se fizer sentido pra você, deixo algumas das perguntas que respondo com calma e com alma:
Marcos. Quais foram os eventos ou conquistas significativos de 2025 e como eles impactaram minha vida.
Gratidão. O que 2025 trouxe de mais gratificante?
Desafios. Quais foram os maiores obstáculos que encarei, como os venci e o que aprendi com eles?
Crescimento profissional. Como meu trabalho avançou em 2025? Quais foram os aprendizados e como eles mudaram minhas aspirações?
Crescimento pessoal. De maneiras me mudei pra melhor? Alguma crença, atitude ou algum comportamento merecem destaque?
Aspirações não atingidas. Algum objetivo ou aspiração que eu tinha para 2025 não se realizaram? Refletir no porquê e como me sinto sobre.
Relacionamentos e conexões. Como minhas relações evoluíram em 2025? Alguma que causou impacto significativo em mim?
Olhando pra frente. O que quero fazer diferente em 2026? O que quero continuar, começar e parar?
Obrigado por estar do outro lado da tela, semana após semana.
Conteúdo só existe quando encontra alguém do outro lado disposto a pensar junto.
A gente continua em 2026.
Com mais critério e menos ruído.
Até o feed,
Daniel